terça-feira, 3 de março de 2009

nascer pelas manhãs




As imagens da cidade vão passando só espessura no olho que atinge o seu melhor quando sob ampliamento dos óculos que na face se sente. Não trazia mais no bolso do vestido as anotações que marcavam os seus pagos, pois que há muito tempo se tinha ido o uso desses métodos de papel. Acreditava-se pertencida a uma família de católicos, mas já naquela época o catecismo andava em desregra, relaxado de suas obrigações. Mas da família ainda era impossível receber conselhos sem que em imediatamente eles ganhassem sentido. Com vagar, foi aprendendo a grande medida do silêncio e a se organizar em formas cada vez mais calmas, mais firmes que a própria terra, mesmo quando vozes anunciavam doenças. Em meio a esta cidade, de temperamento invernal, suspeita a chegada do momento de atingir a própria cinza e que mesmo nesta vida grisalhante gostaria de continuar sempre nascendo debaixo da camisa da pele.



Revista inFLUX