domingo, 26 de abril de 2009

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A árvore modela o vento¨

a quarta pessoa do singular

"E ele é o olho louco da quarta pessoa do singular
da qual ninguém fala
e ele é a voz da quarta pessoa do singular
pela qual ninguém fala
e que todavia existe"

ausente, o céu

Não muito longe, por uma rua, um carro passa onde já vai dia. sabe-se disso por meio de vagos ruídos, que vão de som a som, nítidos, dispersos percorrendo o bifurcar dos caminhos ate atingir este ponto. Não há como saber qual a distância que estamos, ao menos que se pudesse contar os entrepostos. Depois que todos não puderam mais ignorar a tristeza deserta de um céu sempre ausente partiram em retiro restando uma crescida árvore verde onde o pensamento pudesse se perder, posto desarmado, na ponta do gesto e da palavra.

revista inFLUX

quinta-feira, 23 de abril de 2009

on parle

"A literatura só se afirma descobrindo sob as pessoas aparentes a força de um impessoal que não é de modo algum uma generalidade, mas uma singularidade no mais alto grau: um homem, uma mulher, um animal, um ventre, uma criança. A literatura só começa quando nasce em nós uma terceira pessoa que nos despoja do poder de dizer eu".