Quanto tempo o andarilho pode permanecer em suas condições humanas, antes de se adquirir do chão a modo de um sapo?
Antes mesmo de ser apropriado por relentos como os lagartos.
Ate onde o isolamento transforma a relação desse homem com suas chuvas?
Qual será o momento em que esse homem começa a adivinhar?
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
a gente não vê quando vira urubu ou Zapata's Boots
queria colocar só assim: uma música do tommy guerrero.
Ventos e maçãs do rosto.
Que pra chegar a ponte inacabada e se beirar la em cima antes foi preciso um verão amarrotado e alguém que habitasse as velocidades da bicicleta e ainda assim que a semana fosse apenas um dia...
e subidos ali, os braços em torno dos joelhos, o laço do tempo pegou-os pela nuca.
Tudo amoleceu e se tornou irremediavelmente fundido.
Quem desceu antes puxou um dos fios daquela costura invisível que se estendia entre eles e o mundo.
Entre ela e o ar.
Foi assim depois que me vi pela primeira vez dançando nas tuas pernas.
terça-feira, 2 de junho de 2009
o sentido de continuidade
Existe o espaço interno (orgânico) e o espaço externo e ainda muitos outros lugares intermediários
e gosto, porque no des-contínuo me dão os olhos amarelos de um felino
na eminência do salto;
pequenas porções de exterioridade que encaixo as tantas,
nos ombros.
e gosto, porque no des-contínuo me dão os olhos amarelos de um felino
na eminência do salto;
pequenas porções de exterioridade que encaixo as tantas,
nos ombros.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
green grass
Passei a tarde a andar com um bilhete entre os dedos por uma caminhada provavelmente eventual; de perto vertical, ate que um topo de morro revelou as curvas de um movimento verde ondulado em abuso de beleza e um céu extenso dilatado, fácil de se sentar e enfiar os olhos bem no fundo daquela presença de efeito atmosférico, que do bilhete dobrado moveram-se palavras em bandos pelo ar ate a linguagem toda revelar o seu lado de fora, palavras-sopro, soltas pendiam fora das normas sintáticas, quando assim uma nova língua nasceu da língua e se acumulou embaixo da minha casca.
terça-feira, 5 de maio de 2009
de algum dia, qualquer dia
Deu-lhe um punhado de palavras que não devagar circularam através dela e se dissolveram onde um baixar de cílios; tal, de tarde entre veículos, e aquilo forte que ele sentia ia nela virando tristeza, de se sentir do tamanho dos seus erros, que os dois, de dois, se iam vivos e à beira se dando as costas estando bem ali.
E querer dizer ela queria, mas podia só um silêncio feroz, ate tudo o que os mantinham perto um do outro perder sua força de evidência.
Veio abrupta aquela distância infinita que de mais em mais ampliava a vontade de chegar muito próximo, depois que uma barbatana se levantou fora da água para quebrar o silêncio, transpondo dentro do gesto no encontro com o mar, a abertura, para depois dormirem muito, de dois numa cama de um.
*
acabou por apoiar-se nos lábios dele, ao lado de uma baleia.
E querer dizer ela queria, mas podia só um silêncio feroz, ate tudo o que os mantinham perto um do outro perder sua força de evidência.
Veio abrupta aquela distância infinita que de mais em mais ampliava a vontade de chegar muito próximo, depois que uma barbatana se levantou fora da água para quebrar o silêncio, transpondo dentro do gesto no encontro com o mar, a abertura, para depois dormirem muito, de dois numa cama de um.
*
acabou por apoiar-se nos lábios dele, ao lado de uma baleia.
domingo, 26 de abril de 2009
a quarta pessoa do singular
"E ele é o olho louco da quarta pessoa do singular
da qual ninguém fala
e ele é a voz da quarta pessoa do singular
pela qual ninguém fala
e que todavia existe"
da qual ninguém fala
e ele é a voz da quarta pessoa do singular
pela qual ninguém fala
e que todavia existe"
ausente, o céu
Não muito longe, por uma rua, um carro passa onde já vai dia. sabe-se disso por meio de vagos ruídos, que vão de som a som, nítidos, dispersos percorrendo o bifurcar dos caminhos ate atingir este ponto. Não há como saber qual a distância que estamos, ao menos que se pudesse contar os entrepostos. Depois que todos não puderam mais ignorar a tristeza deserta de um céu sempre ausente partiram em retiro restando uma crescida árvore verde onde o pensamento pudesse se perder, posto desarmado, na ponta do gesto e da palavra.
revista inFLUX
revista inFLUX
quinta-feira, 23 de abril de 2009
on parle
"A literatura só se afirma descobrindo sob as pessoas aparentes a força de um impessoal que não é de modo algum uma generalidade, mas uma singularidade no mais alto grau: um homem, uma mulher, um animal, um ventre, uma criança. A literatura só começa quando nasce em nós uma terceira pessoa que nos despoja do poder de dizer eu".
sexta-feira, 27 de março de 2009
feito devir animal

As ligações nas despesas e nas saídas produzem a cada dia fios de novas ligações. Em algum canto obscuro foi se constituindo pequena, talvez um pano esticado no chão ou uma tábua abandonada posta sobre duas latas velhas como alguma coisa que tem o nascimento justo onde o risco começa. Sem que ninguém a solicitasse foi adquirindo cheiro de ser vivo, crescendo por destroços. Durante o dia imóvel e sobretudo à espreita; desmembrada e invisível durante a noite para reaparecer em outra parte pelas manhãs, sem roteiro. Feita do extremo, desobedeceu às ordens das leis e por aptidão e muitos nervos fez do pressentimento a regra e a arma para desenhar uma guerra sem combate que lhe permitisse cuidar muito de si e dar conta de sua natureza faminta.
Revista inFLUX
terça-feira, 3 de março de 2009
devorando quixote

sesi araraquara, outubro no 2008.
... não era uma presa do sério e escapou brusca daqui por brincadeira; mas trazia no bolso escondido um pedaço de papel anotado duas datas-limite.
Pressentiu (e temeu) que o negro se adiantasse, e para curtir o curto subtraiu peso do mundo, desmanchou os detalhes sem abater os olhos, para viver e inventar, chorando e rindo tranquilamente, brincando com o que via. E num desejo indeterminado e imenso transformou ele na tela protetora que a mantinha a distância das coisas do mundo externo, pois que ele lhe era devotado da mesma maneira que o quarto para que ela não fosse um processo abortado, defeituoso, um formato cheio de esvaziado mais sim uma quente potência que rebaixada se revelava.
Aproximou-se, até o espanto, para continuar se movendo no nascimento.
Acorda Alice!
nascer pelas manhãs

As imagens da cidade vão passando só espessura no olho que atinge o seu melhor quando sob ampliamento dos óculos que na face se sente. Não trazia mais no bolso do vestido as anotações que marcavam os seus pagos, pois que há muito tempo se tinha ido o uso desses métodos de papel. Acreditava-se pertencida a uma família de católicos, mas já naquela época o catecismo andava em desregra, relaxado de suas obrigações. Mas da família ainda era impossível receber conselhos sem que em imediatamente eles ganhassem sentido. Com vagar, foi aprendendo a grande medida do silêncio e a se organizar em formas cada vez mais calmas, mais firmes que a própria terra, mesmo quando vozes anunciavam doenças. Em meio a esta cidade, de temperamento invernal, suspeita a chegada do momento de atingir a própria cinza e que mesmo nesta vida grisalhante gostaria de continuar sempre nascendo debaixo da camisa da pele.
Revista inFLUX
freakkkking' out
,
Sabe daquelas superfícies intensivas? A duração delas coincide no instante. O vento frio e o calor das mãos suaves contra o rosto teu.
Sabe daquelas superfícies intensivas? A duração delas coincide no instante. O vento frio e o calor das mãos suaves contra o rosto teu.
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